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Por demora no banheiro, aluno da noite pernoita na cabine após faculdade fechar


O que era para ser uma rápida ida ao banheiro, virou um pesadelo para a noite do jovem Carlos Hernani, aluno do 6o período de publicidade. Após o término da última aula, 22h50, Carlos estava pronto para ir embora. Considerando a distância da faculdade até sua casa (Carlos vive na Zona Oeste do Rio de Janeiro), o jovem ponderou ir ao banheiro antes de partir. O que o rapaz não esperava era que uma simples visita ao toalete transformaria sua noite de uma forma indesejada. Essa história ocorreu há alguns anos e o jovem teve seu nome alterado para preservar sua imagem. Os parágrafos a seguir são relatos do rapaz.*

"Estava pronto para ir embora, louco para chegar em casa. Por volta das 22h30, senti um leve incômodo na barriga, o que no momento não me chamou atenção, poderia ser um indício de algo pior, mas nada que eu não pudesse esperar até chegar em casa. Faltava pouco tempo para acabar a aula, 'dá pra ir no banheiro de casa'. Sussa. O que eu não esperava é que pelos próximos 20 minutos, aquele pequeno incômodo viraria um verdadeiro liquidificador dentro de mim. Aquelas pequenas contrações tinham se tornado, aos poucos, um dinossauro se debatendo dentro do meu ser. Era uma dor alucinante, como se os 300 espartanos estivessem, juntos, empurrando meu intestino. Ideia idiota comer açaí 21h da noite. Não conseguia mais prestar atenção no professor, era impossível aplicar o grid no Photoshop naquele momento… 'Vai ficar horrível' - pensei. Mas e daí? O problema que eu tinha de resolver era outro. Ledo engano acreditar que conseguiria esperar até chegar em casa, moro em Jacarepaguá. Vai ter de ser aqui. Enfim, 22h50. Precisava de um lugar seguro para o que estava prestes a acontecer. Corri - não sei como - para o banheiro do 11o andar. Eu estava no 7o. Cada degrau, uma verdadeira facada. Ao chegar no banheiro, não pensei duas vezes, cabine à dentro e ponto. Ainda era possível escutar o barulho nas escadas, das pessoas indo embora. Enquanto isso eu estava ali, realizado, contemplando cada segundo daquele alívio. Pego o celular, começo a jogar, assisto alguns videos... Esse foi o problema. Fiquei tempo demais ali, terminando o que tinha de fazer e só depois dei conta de algo assustador: estava sentado no vaso há mais de 40 minutos. Olhei o relógio e senti um pavor súbito. A faculdade já deveria estar fechada. O desespero me abraçou naquele momento. Levantei e voei para o corredor. Gritei em vão. A faculdade estava de fato fechada. Senti que algo ia dar errado quando já eram 23h30. O tempo se arrastava. Ninguém deu por minha falta, eu voltava sozinho sempre. Eu podia telefonar, mas não queria contar para ninguém - qual desculpa eu daria para estar na faculdade até tão tarde? Meus amigos iam saber da verdade, e eles são terríveis. Eu ficaria conhecido eternamente como o "Sentinela da Madrugada". Entre pedir ajuda e carregar esse apelido para sempre ou ficar por ali mesmo e fingir que nada aconteceu no dia seguinte, optei pela segunda. Alguns andares já estavam no breu. Voltei para a cabine em que estava e dormi ali mesmo, inconsolado. No dia seguinte, escuto um cochicho dentro do banheiro, dizendo 'olha ali, isso que dá virar a noite estudando. O cara vem pra cá pra dormir'. Aceitei isso como verdade, até hoje. Se fica de lição para os alunos da noite, ou pra qualquer um que acha que se pode evitar o perrengue, o conselho que dou é o seguinte: não deixe para resolver depois o que pode dar xabu agora." Nota do autor - É óbvio que se trata de um relato fictício. Então, se você não quer ser um dia o/a protagonista dessa história, escute sempre a sua consciência!


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